domingo, 29 de maio de 2011

Viver livremente nós mesmos

Sobre o que a Tha falou e eu andei querendo falar mais...
Cada tempo é um tempo... Sabe, eu penso muito nisso. Hoje, eu tenho tempo livre no final do dia, na sexta, no final de semana por conta da minha idade que me dá menos obrigações, pode ser... Com tempo podemos fechar os olhos e não pensar em nada ou podemos abrir os olhos e observar cada canto que queremos com a atenção devida.
Alguns dizem que só podemos pensar quando temos tempo. Bem, eu não concordo totalmente com isso, quando o cotidiano nos domina o mais natural é nos anestesiarmos e levarmos a vida sem pensar nas ações, seguindo as ações, ações que são as nossas "obrigações", "deveres", os tais "papeis sociais"; porém devemos nos fazer ter tempo, nos fazermos pensar em tomarmos os nossos desejos como causa maior, pois eles são a nossa real verdade, eles nos fazem sermos nós mesmos - digo: faça seu tempo, a real liberdade é que se mantém dentro de correntes, essa quando queremos, ninguém nos tira.
A tal falta de tempo muitas vezes acaba por nos empurrar  à uma medida na qual paramos de ver poesia, de sorrir, de chorar. Paramos de observar a rua, de ouvir música, de ver os filmes que gostamos, de sair para os lugares que nos cativam etc, tudo porque a rotina nos engole, nosso corpo é ocupado por um todo e o tempo livre é o que usamos para dormir. Assim, o tempo de nossas vidas vai passando e muitos quando chegam lá na frente aí que conseguem o tal tempo para olhar pra trás e vêem que muito do que fizeram não foi por vontade, desejo, sonho, foi por sobrevivência talvez.
Algo, muito normal e triste que está acontecendo nessa sociedade, o capitalismo é o sistema que participamos sem nunca terem perguntado se queremos participar, e ele é o rei que não percebe que dinheiro por dinheiro, riqueza por riqueza no final não leva a nada, é fútil e vazio. Mas junto com essa riqueza foram gastas muitas vidas, a humanidade vai correndo sem achar sua felicidade...
Quantas pessoas desejaram tocar música em vez de ter que ficar num escritório vendo papéis, quantas pessoas não queriam dormir mais, queriam dançar, queriam ler um livro, queriam andar no parque etc, mas não fizeram isso porque precisavam trabalhar, precisavam fazer isso pelo dinheiro que ia dar comida à sua família. Que seja, mas lá no final seria tão mais bela uma vida contada por um recheio bem grande de experiências, de descobertas, histórias rendidas desses desejos realizados.
Ah, eu não sei, acho que essa vida não vale nada se não fizermos os nossos desejos. Como ainda não conseguimos mudar o sistema, essas correntes aí, temos que lutar para permanecer todos os dias o brilho nos olhos, como de uma crianças que descobre e se encanta constantemente, vivendo sob sonhos, procurando poesia, ditando o que nos faz feliz, correndo atrás do que deu vontade de fazer; se perdermos isso, morremos em vida. Tem que haver cuidado para a anestesia não pegar!
Não que sejamos ainda mais individualistas por estarmos em um mundo com sentido só para nós mesmos, não é isso que quero falar. Mas jamais, deixarmos de Viver por algo que não vai nos acrescentar em nada. Precisamos fazer o sentido de nossa vida, carregando liberdade dentro de nós para que essa seja muito boa, para nós e para a humanidade.
Essa música fala bastante...

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Sexta

Devagar... as janelas olham.
Eta vida besta, meu Deus.
(Drummond)

Se tem uma coisa que agora não faz mais diferença são as sextas-feiras! Amanhã é sexta-feira! Ah, em toda minha vida escolar, sempre que chegava sexta eu pulava de alegria. Era chegar em casa e eu só voltaria a mexer na mochila no domingo a noite, ou melhor, na segunda pela manhã.rs! Eu assistia filmes, lia algo que estava super empolgada em ler, ai ao cinema com os amigos, passeava na praia e curtia as melhores sensações do mundo, nos finais de semana eu fazia as coisas por prazer, não por obrigação. Ultimamente parece que a semana vai de segunda a segunda. Quantas lições, quantos artigos, quantos exercícios de Latim (Oh my god!), quantos textos pra ler e fichar! A sorte é que mesmo tendo acabado com a minha “pobre” vida social, eu estudo aquilo que gosto. É claro que eu não fico super feliz em passar finais de semana inteiros lendo, mas acabei descobrindo que Letras é o meu lugar. Às vezes penso em deixar a mochila um pouco longe de mim, sabe? Mas sinto algo estranho, e sei que se eu não fizer o que – pelo menos hoje – são minhas obrigações, posso me dar mal, parece até que me falta o ar. Lembrei-me de uma frase da Adélia Prado que faz todo sentido com o que estou sentindo agora, ela dizia: "me lembrando de quando tinha dezessete anos e amanhecia comendo o mundo, tão feliz que acendia lâmpada com os olhos". Talvez eu quisesse voltar aos dezessete, mas só por alguns instantes...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

No more tears

Quantas vezes me fechei para chorar
na casa de banho da casa de minha avó
lavava os olhos com shampoo
e chorava
chorava por causa do shampoo
depois acabaram os shampoos
que faziam arder os olhos
no more tears disse Johnson & Johnson
as mães são filhas das filhas
e as filhas são mães das mães
uma mãe lava a cabeça da outra
e todas têm cabelos de crianças loiras
para chorar não podemos usar mais shampoo
e eu gostava de chorar a fio
e chorava
sem um desgosto sem uma dor sem um lenço
sem uma lágrima
fechada à chave na casa de banho
da casa da minha avó
onde além de mim só estava eu
também me fechava no guarda-vestidos
mas um guarda-vestidos não se pode fechar por dentro
nunca ninguém viu um vestido a chorar.

Bem, esse é um poema de uma poetisa portuguesa que gosto muito, Adília Lopes. No semestre passado estudei um pouco sobre ela e fiquei fascinada por suas poesias. Desde então, sempre que posso... Leio seus poemas. Mas ontem aconteceu algo inusitado. Eu estava mais sentimental do que o normal - e olha que eu já sou BEM sentimental -, chorei bastante! Mas chorei de alegria. Cada vez mais descubro o quão importante que são as pessoas que vivem ao meu lado, as pessoas que estão prontas para me auxiliar, pra dizer que me amam, sempre!
Acabo de receber uma mensagem da Júlia! Acho que temos algo muito maior que nos une, do que o laço familiar. Foi como uma tranmissão de pensamento, estava mesmo pensando nela. Ela diz: "Bom dia Tha" Ah, não me fala isso! Também chorei (...)". Mas depois ela diz: "grite, ria..." Então, concluo que antes podia chorar por causa do shampoo... A Johnson & Johnson chegou e agora não há motivos pra lágrimas, não é? Mesmo assim, o poema diz sem um desgosto sem uma dor sem um lenço continuamos chorando! Afinal, acho que chorar faz bem. Dizem que lava a alma! E mais do que isso, nos faz pensar mais nas pessoas que amamos e que não temos oportunidade de demosntrar sempre. Para terminar com versos bonitos, eu digo gritando como a Júlia sugere: EU TE AMO E PRA SEMPRE VOU TE AMAR!

Dos loucos, só mais um, não?

Hoje é uma quarta-feira, esse dia é muito chato pois temos como falamos "plano TIM. Plano infinity e ainda ganhamos bônus de química" (são quatro aulas e na última veio essa associação de coisas na minha cabeça e uma brincadeira, mas até que faz algum sentido) Então, para ninguém esquecer!
A química e tudo pode traduzir um pouco de vida e ser poética do mesmo modo... A mistura de bicarbonato de sódio, detergente e vinagre, tudo com o corante AZUL e AMARELO resultam em uma espuma VERDE... (estava escrito na minha mão isso... hahaha) Uma espuma que transborda e escorre pelo vidro e então a reação acaba.
A bandeira dessa patria que dizem que é "nossa", a mistura das suas cores de dentro formam a de fora, que é a maior parte.
Bem, um dia quem sabe, quando todos esses limites impostos à nós, quando essas pátrias não suportarem mais seus superegos, sustentados pelos humanos, aí então isso tudo vai sobrecarregar e transbordar.
Então quem sabe só assim vai acabar tudo isso e começamos do zero, construíndo as coisas sem hierarquias e realmente usando as coisas com equilíbrio entre a razão e o sentimento... É isso, as aulas hoje, de química e as nossas revoltas em história se juntaram...
Sei lá se alguém me entende... Dos loucos, só mais um, não?

domingo, 1 de maio de 2011

Só uma coisa cambaleando na cabeça...

Um casal antigo uma vez me contou que quando namoravam na frente do casa dela, o pai uma certa hora da noite piscava a luz da varanda e então, ela tinha de entrar. Pois bem, eu hoje vim aqui, como todos os sábados; no cume, no no alto, no pico, no topo da cidade, em uma vista de 180° e acabei por reparar que as luzes da cidade piscam várias vezes por toda ela e o céu está mais ilumonado pela lua, dizem que "essa lua é para os namorados".
Oh, uma acaba de piscar! Um casal então a pouco vai se desgrudar, mas ao menos ficaram juntos até o portão. E se não tivessem essa luz?

Obs: só uma metáfora de crítica sobre uma sociedade que cria instituições que acaba por impor limites, regras, ordens e barram histórias, sonhos, desejos e amores tb...